Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Depois de Netflix, Amazon e Apple, foi a vez da IMAX anunciar planos de produzir conteúdo próprio, principalmente para ocupar períodos de entressafra de programação para seu formato de tela gigante. A novidade foi revelada pelo CEO da empresa, Greg Foster, durante a Conferência de Mídia, Comunicações e Entretenimento, em Los Angeles.
Segundo Foster, a companhia canadense já conversa com produtores e possíveis parceiros para estudar a melhor maneira de viabilizar a proposta. A ideia surgiu porque mesmo em anos de bons resultados como 2015, com títulos fortes como Jurassic World e Mad Max – Estrada da Fúria, ainda sobram lacunas no cronograma da rede de supertelas. “Não tivemos blockbusters lançados em agosto, nenhum na semana passada e nem haverá na próxima”, ressaltou o executivo.
São três os possíveis modelos de ocupação. O primeiro é com conteúdo produzido e distribuído por conta própria. “Mas isso é basicamente virar um miniestúdio e aí está o risco maior”, disse Foster. Há ainda a oportunidade de se aliar a empresas produtoras parceiras, a exemplo do que fez a Netflix, o que daria a chance de desenvolver projetos exclusivos de cineastas entusiastas do formato, como Christopher Nolan (Interestelar).
Por último, a empresa poderia licenciar janelas ociosas a interessados, como canais de TV, nos moldes do acordo com a HBO, que exibiu um episódio de Game of thrones em cinemas selecionados IMAX recentemente. A intenção é aproveitar a aura de grande espetáculo das telas gigantes para apresentar com estardalhaço filmes e séries que seguiriam logo para outras plataformas.
A investida tem o potencial de se juntar a outras iniciativas recentes que vêm abalando o tradicional modelo de janelas de exibição acordado com a indústria. No ano passado, a própria IMAX esteve envolvida em um desses casos, a continuação de O tigre e o dragão. Produzido pela The Weinstein Company e o China Film Group, o longa foi concebido para ter uma estreia simultânea nas telas gigantes e no serviço de streaming da Netflix, mas acabou sofrendo boicote de alguns importantes exibidores americanos.
O anúncio vem em um período de boas e más notícias para a empresa. Do lado positivo, o lucro líquido está em alta 83% este ano, na casa dos US$ 24 milhões. No entanto, no embalo da ainda nebulosa crise chinesa, as ações caíram 26% nos últimos três meses. O país de enorme parque exibidor e com apreço por filmes grandiosos concentra investimentos da companhia nos últimos anos.
© Filme B - Direitos reservados