Renata Paschoal era atriz e produtora de teatro quando conheceu a pessoa que a levaria a produzir cinema: Domingos Oliveira. Em 2004, ela produziu Carreiras, estrelado pela mulher do diretor, Priscila Rozembaum, e não parou mais.

Nesta quinta, ela estreia o sétimo longa que produziu para Domingos, Infância, espécie de Amarcord do diretor, em que relembra os seus tempos de criança nos anos 40. Estrelado por Fernanda Montenegro, o longa foi rodado com R$ 2,3 milhões, dinheiro obtido do Fundo Setorial e de coprodutores como Telecine, Eletrobras, BNDES e RioFilme.

Renata só não esperava que um filme estrelado por Fernandona fosse tão difícil de distribuir. “Bati na porta de todas as distribuidoras, das grandes às pequenas, e ninguém se interessou. Foi aí que decidi distribuir por conta própria”. Infância está sendo lançado por sua produtora, a Forte Filmes, num pequeno circuito de nove salas no Rio, São Paulo e Brasília. “Estou feliz com o circuito. É a primeira vez que um filme do Domingos vai passar no Cine Roxy, em Copacabana.”

Nem vem que não tem

Para o próximo filme de Domingos, BR716, história de jovens sonhadores ambientada no Rio dos anos 60 e estrelada por Caio Blat e Sophie Charlotte, o orçamento foi menor (R$ 1,3 milhão). O filme já está em fase de montagem. Caio Blat vive o alter ego de Domingos, um autor que começa a escrever suas primeiras peças e roteiros. “É como se o Domingos voltasse às suas origens como cineasta, da fase de Todas as mulheres do mundo [1966] e Edu Coração de Ouro [1968]”, conta Renata.

Além das parcerias já sólidas com Domingos, Renata prepara dois outros projetos ambiciosos. O primeiro é a cinebiografia Simonal, sobre o cantor Wilson Simonal, primeiro longa de ficção de Leonardo Domingues (codiretor do documentário A pessoa é para o que nasce). Será o maior orçamento de Renata: R$ 7,5 milhões. “Acho que vou fazer meu primeiro blockbuster”, brinca. O longa já inicia produção mais amparado que os anteriores, com distribuição da Downtown e coprodução da Globo Filmes.

Comédia romântica em inglês

O roteiro de Geraldo Carneiro foi aprovado pelos filhos do cantor, Simoninha e Max de Castro. “Claro que vamos abordar a polêmica da colaboração com os militares, mas sem dar ênfase a isso. A história é mais focada na personalidade dele: a infância, quando o pai o levou para cantar no rádio, a juventude no Exército, o sucesso”. A ideia é filmar no primeiro semestre de 2016. A produção já sonda alguns nomes para viver o cantor nas telas, como Seu Jorge (Cidade de Deus) e Fabrício Boliveira (Faroeste caboclo).

Por fim, a Forte também vai produzir a comédia romântica Elogio aos planetas, quarto longa de Matheus Souza (de Apenas o fim). Rodado todo em inglês, o filme conta a história que um roteirista (o próprio Matheus) que contrata uma atriz e garçonete para reviver os melhores momentos da sua relação com uma americana que o abandonou – para depois enviar os vídeos à ex. Orçada em R$ 1,5 milhão, a filmagem também está prevista para o ano que vem.