Na última terça-feira, 16 de junho, durante o Festival Internacional do Cinema de Animação de Annecy, na França, os estúdios Disney apresentaram seu novo projeto, Zootopia, uma animação com animais falantes, codirigida por Byron Howard (Enrolados) e Rich Moore (Detona Ralph). O filme retoma o estilo antropomórfico (bichos com características humanas) usado em Robin Hood, de 1973. Nos Estados Unidos, o lançamento está previsto para março de 2016.

Em Zootopia os bichos não vivem na natureza ou no mundo humano. Nele, os humanos não existem e a sociedade é formada por diferentes criaturas, todas falantes, vestidas e com a capacidade de andar sobre as patas traseiras. A história é centrada em Judy Hopps, o primeiro coelho policial da sociedade. Baseada no departamento de controle de tráfego da polícia, ela trabalha emitindo bilhetes de violação em estacionamentos, até que uma confusão com a esperta raposa Nick Wilde ameaça destruir o pequeno progresso alcançado por ela na corporação.

O processo de desenvolvimento do projeto não foi dos mais fáceis e incluiu muita observação in loco de animais. A equipe de criação esteve em um parque-safári e no Quênia para observar zebras, chitas e girafas na savana aberta. Essas viagens influenciaram diretamente na forma como os animadores adaptaram os movimentos naturais de cada bicho na hora de desenhar o caminhar ereto, assim como as suas personalidades.

É válido lembrar que, ironicamente, histórias com animais falantes foi um dos clichês que John Lasseter prometeu dispensar, logo nos seus primeiros dias como chefe de criação da Pixar, um dos braços de animação da Disney – junto com o estilo Broadway de canções, resgatado em Let it go, música-tema do filme Frozen, da Disney. De lá para cá, a concorrente DreamWorks desenvolveu vários títulos com esse perfil, incluindo Os sem-floresta, Madagascar 1, 2 e 3 e Kung Fu Panda 1 e 2.