Referência
no mercado de
cinema no Brasil
Fundada em 2005 e com atuação no setor de publicidade e entretenimento, a Bossa Nova Films agora vai alçar novos vôos. Após receber um aporte em private equity do fundo de investimento Investimage no ano passado, a produtora paulista anuncia duas novas empresas: a Bossa Nova Animation, fruto da parceria comercial com a Oca Animation, e a Bossa Nova Studio, que terá como foco licenciamento e exploração de propriedade intelectual. O lançamento oficial aconteceu durante a Expo Licensing Brasil, na última quarta-feira.
Ao Filme B, Eduardo Tibiriçá, CEO da Bossa Nova Films, disse que um dos objetivos é aproveitar a expertise da produtora no live-action e expandi-la para a animação, já que se trata, segundo ele, de um nicho estratégico junto ao público infantil e infanto-juvenil. “Nos últimos tempos, já vínhamos atendendo à demanda de mercado por produções animadas, mas sempre realizávamos esses projetos em parceria com outras produtoras”, explicou.
A produtora se uniu então à Oca Animation e vai ingressar no mercado com três projetos: a série Hora do rock, em fase de produção e coproduzida pelo canal Gloob, e as séries em desenvolvimento Bebê maluquinho e O menino maluquinho, baseadas nos personagens de Ziraldo.
Modelo americano às avessas
Terceiro empreendimento do grupo, a Bossa Nova Studio não terá como finalidade a produção, mas sim a exploração de propriedades intelectuais. “Queremos fazer a mesma coisa que os estúdios americanos fazem, mas de um jeito diferente”, afirmou Tibiriçá. “Lá, o start é sempre o longa-metragem ou na série. Aqui, além desta alternativa, também iremos seguir o caminho inverso, quando acharmos que existe um potencial de mercado”. Este é o caso da banda Popsy, criada em 3D.
Inicialmente defendida como uma série de animação para TV, Popsy acabou por inverter as etapas, e suas personagens – um grupo musical formado por meninas que abraçam causas ligadas ao empoderamento feminino – chegarão ao mercado num lançamento online, antes de ser lançada a websérie. De acordo com Tibiriçá, o lançamento deve ocorrer no primeiro trimestre de 2017, mas nos próximos dois ou três já devem começar a campanha para ativação da marca. Ainda segundo Eduardo Tibiriçá, o primeiro ciclo da série está pronto e conta com um volume de conteúdo equivalente a cinco temporadas de onze capítulos para TV. O segundo e terceiro ciclos também estão estruturados e novos episódios serão lançados a cada seis meses.
Para 2018, a Bossa Nova Group conta ainda com o lançamento em live-action de um longa-metragem da Turma da Mônica Jovem. “Será um projeto multiplataforma e já pensamos na trilogia da franquia”, revelou Eduardo. Ainda segundo ele, quem for à Comic Con Experience este ano, no mês de dezembro, em São Paulo, terá a chance de assistir em primeira mão a materiais exclusivos do filme. “Na CCXP, vamos apresentar, junto com a Maurício de Sousa Produções, um novo personagem, que vai nascer tanto na HQ quanto no filme”, contou.
Independência integrada
Segundo o CEO, na prática, as três empresas irão atuar de forma independente, porém com gestão integrada das obras, uma vez que ao apostar em um novo modelo comercial no Brasil, a Bossa Nova Group também pretende viabilizar suas produções de forma menos dependente do dinheiro público, utilizando o capital gerado pela exploração de licenciamentos na produção de séries e longas e vice-versa. “No lugar de produzirmos obras apenas a verba permitida pelo fomento, que é um limitador de orçamento, queremos ter a flexibilidade do ponto de vista do investimento, por meio de retroalimentação da marca”, afirmou Tibiriçá. Para ele, o mercado precisa enxergar que existe um novo jeito de se produzir conteúdo audiovisual, ainda que seja mais difícil e complexo.
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