Netflix revela índice de consumo de suas séries

Netflix revela índice de consumo de suas séries

Redação
08 jun 16

Imagem destaque

Divulgação

Sense8: série "devorada" pelos fãs

Desde que se firmou como a maior empresa de VoD do mundo e passou a oferecer conteúdos originais, a Netflix transformou as conhecidas “maratonas”, ou binge watching, em uma prática quase trivial para seus usuários. Porém, algumas séries (ou tipo de séries) são mais suscetíveis a esse hábito do que outras. É o que afirma o “Índice de maratonas”, divulgado pela companhia.  Como de praxe, os dados fornecidos não contemplam o número concreto de visualizações de cada conteúdo, mas por meio deles é possível se ter uma ideia do modo como os usuários gastam seu tempo assistindo às séries originais e outros shows disponíveis na plataforma.

A Netflix analisou o tempo que os assinantes levaram para completar a primeira temporada de mais de 100 séries em mais de 190 países, de outubro de 2015 a maio de 2016. Segundo o índice, seus usuários investem em média duas horas e dez minutos na visualização de um conteúdo a cada sessão, e o tempo médio que se leva para chegar ao fim da primeira temporada é de cinco dias. A partir destes dados, a pesquisa divide os conteúdos em duas categorias: os que são “devorados” (assistidas por mais de duas horas a cada sessão) e os que são “saboreados” (assistidas por menos de duas horas a cada sessão).  

+ No Brasil, Netflix fala da expansão da divisão de produções internacionais

Séries como Sense8, Orphan Black, The 100, The walking dead, American horror story, The fall, Orange is the new black e Grace & Frankie fazem parte do grupo das “devoradas”. Estes conteúdos geralmente são completados em quatro dias, com tempo de visualização médio de duas horas e 30 minutos por sessão.

Já na lista das séries “saboreadas” estão títulos como House of cards, Bloodline, Mad men, Love e Unbreakable Kimmy Schmidt. Aqui, o tempo médio de visualização por sessão é de uma hora e 45 minutos, levando-se cerca de seis dias para dar cabo da primeira temporada.

O coro dos descontentes

Howard Gordon, produtor e roteirista americano de séries como Arquivo X, 24 horas e Homeland, acredita que a popularização do binge watching afeta a experiência do espectador. “Assistir a todos os episódios em sequência é muita maluquice e chega a ser um pouco doentio. Antes as pessoas debatiam sobre a série, criavam expectativas. Hoje, a única pergunta feita quando você chega ao trabalho, com os olhos vermelhos, porque passou a madrugada em frente a uma tela, é ‘Quantos episódios você assistiu?’. Então não há diálogo”, reclamou no RioContentMarket, em março deste ano.

Um dos tripés do mercado de streaming nos EUA, ao lado de Netflix e Amazon, a Hulu aposta em um caminho reverso: mesmo com a produção de conteúdo original, a empresa não disponibiliza de uma única vez em sua plataforma a temporada completa das séries, e prefere apostar no modelo de episódios semanais. “Nós temos o DNA da televisão”, afirmou o gerente de programação Phillip Matthys, também no RioContent. Ele explicou que a ideia é fazer com que o público converse mais sobre a trama e os personagens das histórias. Aos apressadinhos, ele sugeriu outro caminho: esperem que todos os capítulos sejam lançados e aí será possível assisti-los em maratona.

 

Reprodução
Índice de Maratonas Netflix no Brasil
Reprodução
Índice de Maratonas Netflix no mundo