Depois da controvérsia, o Ministério da Justiça voltou atrás e baixou a classificação indicativa de Aquarius para 16 anos. No último dia 12, o filme de Kleber Mendonça Filho havia recebido o selo de 18 anos, devido a cenas de “sexo explícito” e “drogas”. A restrição, a única que proíbe o ingresso de menores nas salas de exibição mesmo acompanhados dos pais, foi recebida por parte da classe artística como uma retaliação do governo Michel Temer aos protestos políticos da equipe do longa no tapete vermelho do Festival de Cannes.

A nova classificação foi confirmada pela assessoria do ministério, embora ainda não apareça no sistema de busca oficial de obras no site federal.  A distribuidora Vitrine já tinha entrado com um questionamento a respeito da restrição anterior no dia 22, mas o pedido foi indeferido. O filme protagonizado por Sonia Braga entra em cartaz nesta quinta-feira, dia 1º, nos cinemas do país.

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No Facebook, Kleber tinha questionado a classificação 18 anos, citando outros filmes brasileiros recentes, como Boi neon e Para minha amada morta, que também traziam cenas de teor sexual. Aquarius tem três breves sequências de sexo, incluindo ereção, mas não em primeiro plano. Sonia Braga também chegou a ironizar a restrição em entrevistas e convocou jovens a protestar.

Em nota divulgada nesta quinta, o ministério reforçou que a classificação obedeceu a critérios objetivos. O texto se refere especificamente à cena de "sexo grupal, cuja ocorrência está expressamente relacionada ao conteúdo não recomendado a menores de 18 anos pelo item B.6.2 do guia de classificação indicativa do Ministério da Justiça e Cidadania". No entanto, segue o comunicado, "a decisão  [de alterar a classificação] do Secretário Nacional de Justiça e Cidadania, Gustavo Marrone, considera que as cenas de sexo em questão são atenuadas por serem curtas, pouco relevantes para obra, pouco frequentes e empregadas em contexto que as ameniza".